segunda-feira, 10 de novembro de 2014

Salmo 39




SALMO 39 (38) 

O que posso esperar?

1     Do mestre de canto. De Iditun. Salmo. De Davi.

2     Eu disse: Vou vigiar a minha conduta, para não pecar com a língua;

      vou tapar com mordaça a minha boca, quando o injusto estiver presente.

3     Eu me calei, em silêncio. Segurei-me para não falar,

      e minha dor tornou-se intolerável.

4     Por dentro, o coração me queimava.

      Ao pensar nisso, o fogo se inflamava. Então soltei a minha língua.

5     Mostra-me o meu fim, Javé, e qual é a medida dos meus dias, para eu saber o quanto sou frágil.

6     Olha: os dias que me deste são um palmo apenas, e a minha duração é um nada diante de ti.

      Sim, todo homem não passa de um vazio, todo homem é apenas aparência.

7     O homem vai e vem como sombra, e labuta por um nada:

      amontoa, e não sabe quem vai recolher.

8     E agora, Senhor, o que posso esperar? Em ti se encontra a minha esperança.

9     Livra-me de minhas transgressões todas, não me deixes como ultraje para o insensato!

10    Eu me calo e não abro a boca, pois quem vai agir és tu!

11    Afasta de mim a tua praga, pois eu sucumbo ao ataque da tua mão!

12    Castigando o erro, tu educas o homem,

      e como traça tu róis os tesouros dele. Os homens todos são apenas um sopro!

13    Javé, ouve a minha prece! Dá ouvido aos meus gritos! Não fiques surdo ao meu pranto:

      porque sou hóspede junto a ti, inquilino como os meus antepassados.

14    Afasta de mim o teu olhar, e deixa-me respirar!

      Antes que eu me vá, e já não exista mais!